Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida.Ninguém vem ao Pai senão por mim.João 14:6
Rádio Rios de Água Viva

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sábado, 2 de janeiro de 2010

A Arca e a Igreja nos tempos de hoje

Há milhões de anos atrás uma catástrofe atingiu a humanidade: era a terra sendo invadida pelas águas do dilúvio. Foram 40 dias ininterruptos de chuvas em todas as partes do mundo. Tudo quanto tinha fôlego pereceu, foi extirpado da face da terra, tanto homens, como animais e a vegetação. Restaram apenas oito pessoas: Noé, sua esposa, seus três filhos e as esposas de seus filhos.
Todo esse acontecimento está relatado no livro de Gênesis, caps. 6 – 9, e teve como ponto de partida a degeneração da raça humana (Gn 6: 1,2,5,6). A Bíblia nos mostra que os filhos de Deus, criados para seguir, adorar e obedecer ao Pai, tinham se corrompido, faziam pactos com as mulheres do mundo e acabavam se desviando do propósito inicial. Com isso, davam abertura para as obras do diabo invadir seus corações e pensamentos (I Jo 5:19); a violência, a corrupção e diversos outros males passaram a fazer parte da vida de quem antes temia ao Senhor.
O cap.6:6 nos dá uma idéia do tamanho da tristeza de Deus ao ver o homem se autodestruindo por não vigiar suas atitudes, por desprezar o mandamento divino, a fim de saciar seus desejos e vontades pecaminosas. A expressão “o Senhor se arrependeu de ter haver feito o homem sobre a terra” mostra a mudança dos planos do Criador em relação à humanidade. Procurando ao menos um com quem pudesse contar, Deus achou Noé, “homem justo e reto em suas gerações, pois Noé andava com Deus” (v. 9) e foi através desse homem que teve início uma grande obra.
Mesmo vendo toda a sorte de males nos corações dos homens, o Senhor deu um longo prazo para esses se arrependerem e voltarem ao primeiro amor, uma vez que Deus tem ânsia de salvar e não de condenar (Jo 3:17). Foram mais de 100 anos de misericórdia (v. 3), nos quais o povo podia ver Noé construindo a arca e com certeza ouvir da sua boca que o fim estava próximo. Todavia, não vemos relato de arrependimentos. Os anos se passaram, a arca ficou pronta, nela entraram os animais e a família de Noé. As chuvas começaram a cair, era o fim da misericórdia e o início do juízo de Deus (cap. 7:1-16). Imagine o desespero das pessoas que não entraram na arca! Porém, não entraram porque não quiseram, porque não deram crédito às palavras do Pai por meio de Noé.
O número 8, de acordo com a numerologia bíblica, simboliza um novo marco de Deus, e foi o que aconteceu, pois ao término do dilúvio uma nova terra estava à espera daqueles que desembarcariam da arca, um mundo sem males, limpo e transformado por Deus (cap. 8:15-22). Aprofundando-nos nesse acontecimento, percebemos que a arca serviu como um refúgio, ou seja, aqueles que nela entraram não sofreram o juízo do Senhor (Sl 91:1,2). E não poderia ter sido outro usado pelos céus, se não Noé, uma vez que seu nome significa “repouso” (Hb 4:9-13).
Uma rica e gloriosa simbologia está por trás dessa história e quando descobrimos isso despertamos a alegria de Deus, pois Seu maior desejo é que mergulhemos nas entrelinhas das Escrituras Sagradas (Jo 5:39), não ficando apenas naquela leiturinha meia-boca (II Co 3:6) dos crentes mortos (Ap 3:15,16). A simbologia é: Noé simboliza Cristo; a arca, o Reino de Cristo; os que entraram na arca, os salvos; os que não entraram, os condenados; o mundo pós-dilúvio, o repouso dos salvos: o céu.
No decorrer dos anos da construção da arca, Noé foi um servo de Deus e um pregador da Sua Palavra. Quem abrisse seu coração, ouvisse suas palavras e desse crédito à elas, seguindo-as, seria recompensado com a chance de entrar na arca, não sofrer os danos do dilúvio e depois de passado o juízo, cantar o hino da vitória por ter sido aprovado. Semelhante a isso, temos a obra redentora de Cristo. Aqueles que aceitam a pregação de Jesus e vivem por ela, sendo fiéis até o fim (Mt 24:13; Ap 2:10), entrarão no Reino dos Céus e receberão a salvação. Caso contrário, provarão o gosto da condenação, pois só podem entrar nas mansões celestiais os que adoram a Cristo em espírito e em verdade (Sl 51: 10,17).
E hoje, quem assemelharemos a Noé? Quem ou o que simboliza a arca da salvação? A resposta é simples: Noé são os anjos da Igreja (os pastores) e a arca, a própria Igreja. Mas calma, não é tão simples quanto parece. Para um lugar que se diz Igreja verdadeiramente tornar-se uma figuração da arca, é necessário ter como fonte única e exclusiva a Palavra de Deus.
Milhões de crentes, milhares de igrejas, mas nem tudo e todos sob a aprovação do Senhor. Não é por freqüentar uma igreja, por cantar no coral, por ensinar na escola bíblica, ou mesmo por pastorear um rebanho que eu ou você seremos salvos. A salvação está muito além de um corpo presente num templo. A salvação engloba atitudes de servo, pensamentos de servo, conhecimento das Escrituras, viver pela causa de Cristo, e ter um coração semelhante ao de Jó: sincero, reto, temente a Deus e que se desvia do mal (Jó 1:8). Ou será que você não conhece alguém que na Igreja se comporta de uma maneira e fora dela, de outra?! Esses, com certeza, infelizmente não verão a salvação, pois não se pode servir a dois senhores, ou servimos a Cristo ou às coisas do mundo (Jo 17:14-18). Ou você nunca leu a passagem em que Jesus nos ensina que num mesmo lugar pode haver o joio e o trigo (Mt 13:24-30)?
Também nos é ensinado pelo Cordeiro de Deus que existem falsos mestres, ou seja, nem todo aquele que diz “Senhor, Senhor! entrará no Reino dos Céus” (Mt 7:21) e são esses que estão atrás de púlpitos ensinando a muitos um caminho que parece verdadeiro (Mc 13:22,23), que parece bom, mas seu final é de morte (Pv 16:25). Objetos ungidos, campanhas e correntes que só visam arrecadar dinheiro do povo (II Pe 2:1-3), doutrinas de predestinação, de que o inferno não existe, são apenas algumas demonstrações do mal que está se alastrando por aí. Motivo: o povo não lê a Bíblia, não busca conhecer os ensinamentos de Cristo, não medita, não corre atrás da verdade, não vive como um servo deveria viver. O “pastor” falou e ponto final, é o correto, seguem como uma mula guiada pelo cabresto (Sl 32:9), o povo erra “porque não conhece as Escrituras nem o poder de Deus” (Mt 22:29).
Pode até ser difícil de imaginar alguém que se diz pastor, na verdade ser um falso. Pode até doer no coração essa descoberta, mas é melhor a dor de agora que é capaz de se transformar em vida (Jo 8:32,36), do que a dor tardia quando descobrir no Tribunal de Cristo que sua vida estava fundamentada na lama da mentira. E que você também não se engane, dizendo da boca pra fora que é crente, servo do Altíssimo, se seu coração e suas atitudes estão longe dessa realidade (Is 29:13-16).
A porta da salvação é estreita (Mt 7:13,14) e um dia o Senhor a fechará, do mesmo modo como foi a Sua própria mão que fechou a porta da arca (Gn 7:16). Quem orou, buscou, viveu e vigiou, com certeza achará abrigo na arca, no Reino de Deus. Mas quem não serviu ou não foi achado um obreiro aprovado (II Tm 2:15) ficará de fora e sofrerá o juízo divino. A parábola das dez virgens (Mt 25) nos mostra claramente essa realidade.
Portanto, que eu e você possamos descobrir os nossos erros e consertá-los (Sl 19:12). Que venhamos a valorizar o tempo que Deus nos dá nessa terra. Ele deixou Sua Palavra escrita pra cada um de nós, e enquanto os “Noés” de hoje estão pregando, e a arca está sendo construída, temos a oportunidade de seguir fiel e verdadeiramente o que Ele nos ensina. Porém, quando o tempo se esgotar, e a porta da arca (da salvação) se fechar, virá o juízo e esse será sem misericórdia (Tg 2:13,14) e então, haverá pranto e ranger de dentes (Mt 22:13). Aquele que está de pé, cuide para que não caia (I Co 10:12).
Jesus está voltando!! (Mc 13:24-31)

Por Vinicius Ferreira