A caminho do trabalho, sigo
sentido norte em uma estrada que vai do sul da Flórida até o estado de Maine,
no extremo nordeste dos EUA. O dia ainda não amanheceu, mas já tenho que
ziguezaguear entre inúmeros caminhões de todos os tipos e tamanhos. Essa é a
minha rotina diária. Em voz alta, oro ao Senhor sobre o que escrever aos
queridos irmãos. Tenho vários assuntos guardados para a hora certa; alguns destes
esperando o desfecho de eventos que vivo no momento. Estou prestando atenção
nos detalhes, pois creio que o Senhor deseja que eu os relate mais à frente.
Por causa da desobediência de
Adão e Eva, os seres humanos se encontram em uma situação difícil. Antes do
primeiro pecado, gozávamos de um relacionamento sem barreiras com o Criador (Gn
3:8-10). Não havia separação entre o mundo espiritual e o físico. Víamos e
conversávamos com os seres celestiais da mesma forma que atualmente vemos e
conversamos com os nossos amigos e parentes. Isso era possível porque ainda
possuíamos o coração original, puro, santo, que nos foi dado pelo criador, o
filho único de Deus, Jesus (Jo 1:1-3). Agora, porém, sem a perfeita santidade
que antes tínhamos, sendo carne, não é mais possível ao homem presenciar seres
santos, em sua glória, e sobreviver (Ex 33:20).
Vivemos em uma situação em que a
única forma de relacionarmos com o nosso Deus é nos transportando além do
físico para o espiritual. Isso, amados, é algo simplesmente incrível. Tomamos
certas decisões importantes, não com base no raciocínio humano, não em como as
coisas aparentam ser, mas baseado nas instruções e desejos de um Ser que não
vemos com os olhos e que não ouvimos com os ouvidos, mas que O amamos a ponto
de obedecê-Lo. Isso se chama: “viver pela fé” (Jo 20:29; Hb 10:38).
A fé em si não é algo que se
limita ao cristianismo, mas é um dos vários dons comuns, que Deus deu a todos,
assim como amor, caridade, compaixão, humildade… etc. Basta observar como os
adeptos de várias religiões pagãs, no passado e no presente, também demonstram
fé nos seus deuses pagãos (2 Rs 21:6). Muitas vezes possuem até mais fé do que
nós, que adoramos o único e verdadeiro Senhor.
Queridos, esse é um assunto
profundo e difícil de abordar, mas de extrema importância. Essa é a primeira
parte de uma série de textos tratando desse tema. Ainda não sei até aonde o
Senhor me levará dentro dessa matéria, mas minha esperança é que, através
desses escritos, muitos cresçam em intimidade com o nosso Deus. Por agora,
deixe-me apenas ressaltar um ponto: não pensem que suas lutas se tratam apenas
daquilo que se vê. Sim, eu sei que são as coisas visíveis que causam a dor, que
causam o choro e o desespero, mas procurem exercitar a sua fé e verão que tem muito
mais em jogo do que se imagina (Ef 6:12). Assim como fez o profeta Eliseu,
peçam ao Senhor que lhes dê um vislumbre daquilo que realmente está ocorrendo
ao seu redor (2 Rs 6:17). Vocês podem não ver as carruagens de fogo como ele
via, mas certamente verão o suficiente para se animarem e seguirem adiante. No
mais, lembrem-se que o alívio que o Senhor está providenciando para os
sofrimentos dos seus filhos é final e permanente. O foco do Senhor é menos o
nosso conforto temporário e muito mais a alegria eterna que nos aguarda (Ap
21:4). Falta pouco tempo. Vai valer a pena.
Espero te ver no céu. —Markus DaSilva